terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Jornada Para Me Reencontrar II: Multidão, diferenças e padrões

                Não há lugar melhor para relaxar do que o sul de Minas Gerais. Há anos venho coletar morcegos em Monte Belo mas cada vez é como entrar em um universo paralelo. E foi aqui, diversas vezes, que sentei e resolvi refletir sobre muitas coisas. Nada melhor que este lugar para continuar a minha jornada, certo?
                Este foi um ano cansativo. Muita coisa para fazer, muita responsabilidade para dar conta e um turbilhão de sentimentos ao longo desses quase 365 dias. E quase toda semana eu peguei a barca que liga Niterói ao Rio de Janeiro e sempre reparava nas pessoas. Algumas lendo jornal, outras na internet ou escutando música e outras apenas olhando a imensa baía na qual navegam diariamente. E em um desses dias eu me perguntei: o que essa quantidade enorme de pessoas está fazendo? O que elas significam para o mundo? O que elas andam fazendo de diferente? Será que são apenas mais alguns na multidão ou fogem aos padrões impostos pela sociedade?
                Esse conceito de “multidão” é fundamental para entender o que estou dizendo. Multidão é aquele conjunto de pessoas comuns que nada fazem de diferente. O estereótipo do cidadão padrão. Não é necessariamente ter uma rotina diferente mas sim estar imerso num pensamento de cidadão padrão. O que eu quero dizer com isto é que por mais que sua rotina seja comum, você pode pensar além. Você pode refletir sobre a sua vida e tentar mudar diversas coisas. Não acho que isto te torne automaticamente numa pessoa melhor. Você deve buscar a sua própria construção ao longo do tempo e assim se tornará uma pessoa melhor. E creio que a maior parte das pessoas estão subjugadas à vidas quase sem significado movidas mecanicamente pelas suas rotinas e até mesmo seus lazeres são iguais. Isto as tornam cidadãos padrões. E fugir a vários padrões é bom. Você pode ir além. Você pode fazer a diferença por mais que a sociedade te convença que não. Você pode!
                Mas e o que é fazer a diferença? Bom, isto depende de cada âmbito pessoal. Você pode mudar suas ações para ser melhor para as pessoas. Ou pode buscar atitudes que ajudem outras pessoas querendo apenas em troca alguns sentimentos bons que podem e devem ser trocados. Você pode criar coragem e romper barreiras que não tinha coragem. Talvez você tenha aquela vidinha mais ou menos. Você tem? O que pode fazer para maximizar seu prazer de viver? Então faça! Busque a felicidade e seja feliz. Isto o torna diferente. Não quero dizer que você deve ser completamente diferente de tudo. Não! Você pode ter uma rotina comum e mesmo assim ir além. Quer ver como é possível fazer a diferença mesmo imerso na multidão e assim escapar deste conceito? O que te faz feliz? Faça. Supere seus limites e corra em direção ao seu destino para ser feliz. Termine relacionamentos que não sejam realmente bons, arrume empregos que te deem prazer de trabalhar, mude o ambiente da sua casa para torna-la mais confortável e amigável... enfim! Há uma diversidade de ações que podem mudar seu universo, mesmo que pequenas. E sim, você pode. Você quer continuar na multidão?
                Tudo bem se quiser. De verdade, não estou julgando isso. Às vezes, para diversas pessoas, ser comum é o suficiente e isto as enche de felicidade. E se você está feliz, é isso que importa. Pessoalmente, eu sempre quero fazer a diferença em algo. Mas a minha verdade de vida não é a mesma para os outros. Eu busco a minha felicidade diariamente em ações diferenciadas. Mas isto não me faz ser necessariamente um ser humano melhor. Não existe este tipo de coisa dentro desta visão. Pois, no fim, o que importa é ser feliz. E é com isso que você deve se preocupar e ir atrás.
                Ser e fazer diferente foram coisas que me cobrei e me perguntei ao longo do ano. Este foi um ano fundamental no desenvolvimento da minha alma. Um ano de vitórias mas um ano em que tive o resultado de anos de trabalho sem parar: stress e cansaço. E eu pesei o que era mais importante. E cheguei à conclusão de que aos poucos eu estava me tornando “multidão”. E para mim isto não é sinônimo de felicidade. Logo, vou atrás da minha. Aliás, apenas por refletir sobre essas coisas eu já recuperei uma boa parte dela. Como disse anteriormente, não é problema se você é feliz na multidão mas isto não serve para mim. E por isso me perguntei: “O que estou fazendo?” e “O que eu posso fazer de diferente?”. Minha primeira ação foi romper barreiras que me faziam mal. Romper conexões falhas que não serviam para estimular o melhor uso do meu próprio ser. E aí fui atrás daqueles pontos que me faziam feliz e que eu, por ingenuidade, um dia pensei que poderiam não me fazer feliz. Mas fizeram... e muito. Por um momento me tornei mais um na multidão e preferi deixar as coisas como estavam e ter medo da mudança. Mas reencontrei minha essência e quis mudar. Mudei e não me arrependo. Fui ser feliz.
                E aprendi que ser eu mesmo sempre é o melhor. Não que eu não soubesse mas que a vida nos mostra diversas vezes coisas que preferimos não aceitar ou esquecemos temporariamente. E pensei: “ser mais um” é um estereótipo, certo? Eu não gosto de estereótipos. Não acho que devemos julgar ninguém por estar na multidão desde que estejam felizes, muitas vezes com suas próprias ilusões. A felicidade é o objetivo. E por mais que eu sempre queira estar fora da multidão, uma hora ou outra na vida nós faremos parte dela. E isto não é ruim, é apenas uma oportunidade de escolhermos aquilo que é melhor para a nossa vida e o que nos faz feliz de verdade. O “ser mais um” foi um momento temporário que serviu de estímulo para fugir de alguns padrões e encontrar minha verdadeira felicidade.

                Se você se encontra em um momento de vida que precisa tomar decisões e romper barreiras e superar limites para ser feliz... acredite, faça e seja feliz. Quebre padrões, quebre conexões que não te fazem 100% completo e supere todos os seus limites. Todos! E se você está na multidão mas está feliz, despreocupe-se! O importante é estar bem. Estar ou não na multidão não te faz um ser humano melhor e sim suas ações. Foi assim, que aos poucos, eu me reconstruí neste ano e pude ir me reencontrando. À todo o turbilhão de sentimentos e indecisões, eu sou grato. Cada parte da vida é essencial para nos desenvolvermos. Agora é viver pleno e feliz e seguir aprendendo.

0 comentários:

Postar um comentário