terça-feira, 22 de novembro de 2011

A crítica da morte anunciada e o início de um novo fim do mundo

    Sempre estamos perto de um novo fim do mundo. Antigamente morreríamos queimados, pois havia inúmeros buracos na camada de ozônio, outrora a chuva ácida iria nos corroer até sumirmos e hoje em dia tudo entrará em colapso por causa do aquecimento global. Não, estas não são mentiras, mas não correspondem ao apocalipse que pensamos em tão pouco tempo.
   
    Nas últimas décadas sempre estivemos com medo dos desastres ambientais que nos levariam ao fim e pouco fizemos, enquanto espécie humana, para mudar este quadro. Muitos dos “fins do mundo” que foram ditos correspondem a uma realidade sim, que num futuro distante pode ser crucial no nosso desaparecimento. Porém, temos que ser mais críticos ao ouvir estas questões. Não vamos simplesmente desaparecer de uma hora para outra, se um dia acontecer, nossa extinção será gradual e estaremos conscientes disso. Extinções dificilmente ocorrem num curto período de tempo, muito menos de uma noite para outra.
   
    Quanto ao novo fim do mundo, o famoso “aquecimento global”, ele não é uma mentira, porém também não é uma verdade por completo. O que nós temos hoje num quadro climático global são desordens climáticas e isto não é exatamente o que pensamos. O planeta inteiro não está aquecendo. Enquanto algumas partes aquecem, outras estão ficando mais frias, por exemplo. Isto é benéfico? Não! Mas nossos pensamentos de como as coisas vão ocorrer e no tempo que vão acontecer não está correto.
   
    Há derretimento do gelo dos pólos, porém isto não nos levará a um afogamento mundial. Os oceanos não vão tomar todos os continentes. Enquanto o oceano inundar uma parte do continente, outra poderá ter mais área de terra, pois o peso absurdo exercido de um lado da placa continental poderá fazer com que a outra aumente seu nível, fazendo com que o mar retroceda e não avance.
   
    As mudanças climáticas globais não levarão todas as espécies do planeta a extinção, isto beira ao impossível, se não o for. É surreal pensar que depois de diversos eventos apocalípticos do processo evolutivo, agora teríamos um desastre tão grande que simplesmente levariam seres muito diferentes, ocupando ambientes distintos, resolvendo seus problemas de formas diferentes, com diversas histórias evolutivas a um mesmo processo que os levariam ao fim. Há espécies, que inclusive, podem ser beneficiadas por isso, assim como muitas espécies plásticas e generalistas que se dão bem em uma área de fragmentação florestal.

    Então o “apocalipse” existe sim, porém não é como pensamos. Empresas, pessoas, emissoras de televisão, entre outros, se aproveitam do “marketing verde” para vender, para estimular mais consumo e não ajudam na diminuição dos nossos impactos ao planeta com nossa superpopulação. E nos fazem acreditar que ações verdes nos levarão a uma solução quase divina, a sustentabilidade. Este mito nos cega, nos faz acreditar que um dia não causaremos nenhum impacto neste planeta e nos leva a comprar embalagens de plástico, produtos desnecessários e quaisquer outras coisas que de sustentável não tem absolutamente nada.
   
    O primeiro passo para mudarmos este quadro preocupante do nosso planeta é olharmos para nós mesmos e repensarmos nossas ações. E não só como pensamos da maneira clássica, mas sim exercendo nosso olhar crítico para as coisas. O fim pode estar próximo, mas ficará cada vez mais se não enxergarmos além do que nos querem fazer acreditar, talvez isto seja o que nos vai levar a extinção.


Sugiro a leitura dos seguintes textos:

Peres et al, 2003.Demographic threats to the sustainability of Brazil Nut Exploitation (Science 302, 2112) e

o capítulo “From Wildlands to Wasteland: Land Use and the Mirage of Sustainable Development” do livro Requiem for Nature.


                                                                                                         Renan de França Souza

Infinito


Dois Rios, Ilha Grande Rio de Janeiro

100% sonhos

Trilha sonora dos últimas semanas.


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