terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Lembranças de uma vida temporária


            Todos querem ter vidas paralelas às vezes. Queremos poder experimentar outras visões, conhecer novas culturas e se construir a partir de outras realidades. Não há nada neste mundo que justifique uma mente limitada, a vida foi feita para ser sem limites. Mas não no sentido negativo, mas sim para vivê-la sem ter medo de ser feliz. Sem medo de desvendar novos horizontes. E diante disso, nada melhor que visitar outro mundo para desfrutar do melhor que a vida pode nos oferecer.


 Aurora do Tocantins, Norte do Brasil



            Em janeiro tive o prazer de ir para o Estado de Tocantins ao lado dos amigos do Laboratório de Mastozoologia (LAMAS) e colabora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), onde atualmente sou integrante trabalhando com Ecologia de Comunidades e Biologia da Conservação de Morcegos. Não só a oportunidade ímpar de poder produzir conhecimento, vislumbrar um novo bioma e ganhar mais experiência em pesquisas com estes belos animais, mas também de ser impactado e me apaixonar por um universo até então desconhecido.


Equipe da expedição do Laboratório de Mastozoologia da UNIRIO

            Nesta expedição científica para a cidade de Aurora do Tocantins, no norte do Brasil, aprendi mais que poderia imaginar. De lá, não só voltei como um aluno de iniciação científica mais experiente, mas também como uma pessoa que teve a oportunidade de construir novas ideias e visões na mente e enriquecido na alma. Viajar e conviver ao lado dos meus companheiros de laboratório foi uma experiência inigualável, que aumentou muito o meu amor pelo que faço e o carinho que tenho pelas pessoas que encontramos todos os dias e que se dedicam para fazer Ciência. A chance de poder conhecer melhor e trocar ideias com eles me engrandeceu como ser humano, como aluno e como um amigo que desejo ser para todos aqueles que prezo e admiro.


Nosso mascote, o morcego de pelúcia, Chichi. 

"O mundo através dos olhos de Chichi".


            Um novo mundo então surgiu bem em frente aos meus olhos, um lugar repleto de belezas naturais e culturais me acolheu como se fosse minha casa. No cerrado, me senti confortável, acolhido, quase como se estivesse sob o olhar atento da minha mãe natural, a floresta atlântica. Ver aquela pacata cidade e fazer parte do seu coração pulsante, por mais simples que pudesse ser, me fez dar uma importância maior ao subestimado valor das pequenas coisas. Vi, nos olhos de seus habitantes, que a felicidade não julga tamanho e podemos encontrá-la aonde quisermos. Desde que essa busca seja sincera.


Nossos anfitriões neste novo mundo, pessoas as quais passamos a admirar!

            Encarei sem medo um novo ambiente e novos desafios, conheci cavernas fantásticas, rios como aqueles dos mais belos dos contos de fadas, vi animais que até então nunca tinha o prazer de ter conhecido antes, e sob os braços da noite de Tocantins, eu pude dormir em paz e realizar um trabalho absolutamente importante.


"Perigo", nosso fiel companheiro nas noites de coleta na Fazenda.

            Foram quinze dias, talvez alguns dos mais importantes por toda a minha vida. Aprendi com nossos acertos e erros e pude tirar o melhor proveito possível de uma aventura pelo interior deste nosso belo país aproveitando a cultura e me tornando um ser humano mais pensante, reflexivo e priorizando os sentimentos do amor pelo conhecimento e sendo grato pelas oportunidades de poder me construir também influenciado pelas suas visões.


Caminhos de Aurora do Tocantins

            Nunca tive dúvidas de queria ser biólogo, de que queria estar por esse país gigantesco pesquisando meus amados morcegos e conhecendo novos lugares. Mas de lá, voltei com uma certeza ainda maior e acima de tudo pude perceber o quanto somos pequenos em relação ao mundo, mas também o quanto o nosso poder de fazer as coisas mudarem pode ser grande. Basta boa vontade, dedicação e amor pelo que faz. O destino certamente te trará ótimas oportunidades, principalmente vinda de boas pessoas, caso você siga uma vida dedicada aos seus sonhos.


Estrada na volta para casa.

            E na vida, você pode ser o que quiser. Mas nada pode substituir o prazer de poder conhecer novos universos, para que então você possa acordar todos os dias e saber, que mesmo que você viva num lugar específico, cada lugar que você foi, cada cultura que experimentou e cada resultado que conseguiu, viverá dentro de você para sempre, transformando-o num ser humano mais complexo. Isto não quer dizer ser melhor, quer dizer que você faz parte do todo, mas tudo também pode ter a sua participação. Cabe você decidir seus caminhos e correr atrás dos seus sonhos. A vida não pausa, os sonhos também não.


O Cerrado

            Dentro do meu coração, agora também vive o cerrado brasileiro.
           



Este texto foi escrito baseado nas experiências de uma viagem de expedição científica ao interior do Estado de Tocantins, no maravilhoso Cerrado brasileiro.



Renan de França Souza

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Vida no Campo


Planaltina, Goiás, Brasil

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Quando se perder, envolva seus problemas em sonhos!

Trilha sonora do mês de fevereiro, sem dúvidas.


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