quinta-feira, 10 de maio de 2012

Desenhos de um sonho de inverno


         E um dia ele sonhou. E acordou sem saber o que era real. Desejava estar adormecido para viver, sentir e apreciar aquele momento. Um sonho realizado, um futuro distante e a esperança de que um dia pudesse ser verdade.

            Era uma vida diferente, possivelmente num tempo muito além do presente. Não conseguiu descobrir o que fazia, aonde vivia e nem informações sobre a família e amigos. Mas nada importava, havia uma coisa que dava força para a sua existência. Ele havia encontrado o amor de sua vida. E neste amor, ele poderia se afogar de paixão e incendiar qualquer coisa com uma paixão ardente.

            Mas este sonho não correspondia, nem de longe, ao momento ele que ele vivia. Tudo bem, o sonho parecia algo realmente no futuro, mas como a vida poderia caminhar para algo tão diferente se naquele momento diversas variáveis pareciam levar para coisas que não eram aquele sonho?

            As respostas para diversas perguntas eram difíceis de achar. Mas e o que importa? Poderia não passar de um delírio mesmo. Mas então ele se viu com o ela, o seu amor... não conseguia desvendar o seu rosto, mas sabia que seu toque angelical e o calor do seu corpo era de quem ele amava. E pôde ver aqueles olhos, castanhos e profundos, mas ainda sim simples e sinceros. Simplicidade em meio a uma absurda complexidade.

            E como num ato de mágica, se viu num jardim, numa cidade pequena, talvez numa praça em que brincava com uma menina num balanço. Pequena, olhos verdes, muitas pintinhas e um sotaque diferente do seu. Ela caiu e se machucou e naquele mesmo momento ele a levantou fazendo carinho em seu cabelo e dizendo: “Não importa quantas vezes caia, filha, levantar-se e tentar novamente é sempre a melhor solução”. Então o amor da sua vida chegou, o beijou e ele pôde ver novamente seus doces olhos cheios de amor, e como no conto de fadas mais bonito, ele abraçou sua família e disse: “Eu te amo”.

            “Eu te amo” foi o que fez seu coração disparar, pois esta era a verdade. Ele a amava, e amava também esta criança. Foi neste momento que ele acordou, com o coração disparado, lágrimas nos olhos, querendo viver intensamente aquela história que ainda não havia acontecido.

Mas não havia como, só restava esperar. E por todos os dias em diante, aqueles toques angelicais que ele ainda podia até sentir o calor do corpo da mulher amada, embalaram seus sonhos. E ele espera que este dia chegue logo, pois esperar muito para um sonho acontecer nunca é o ideal. Maravilhoso é viver um sonho, sem medo de ser feliz.



Este texto foi escrito numa manhã fria e chuvosa do inverno de 2011.



Renan de França Souza

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